segunda-feira, 20 de março de 2006

O erro de Ribeiro e Castro

O CDS esteve reunido este fim-de-semana em Conselho Nacional, em Leiria, tendo deliberado com 83 votos a favor, 12 abstenções e 54 votos contra, a realização de um Congresso Extraordinário para clarificar a liderança do partido. Diz Ribeiro e Castro “que se houver alternativa que se organize”.

Ribeiro e Castro não tem tido a vida muito facilitada. Chega a Presidente do partido quando não se esperava que assim fosse e os seus “amigos” de partido não o têm ajudado muito, tendo ainda, por cima, o fantasma, ou não, de Paulo Portas sempre a fazer das suas. Tem um Grupo Parlamentar que não esteve com ele no Congresso e que nada fará para o ajudar, com a agravante que é um líder que não tendo assento na Assembleia da República está de fora do palco por excelência da política política nacional. É deputado europeu, mas isso nem ajuda nem agrava, a sua visibilidade, não aumenta ou diminui com essa condição.
Mas tudo isto são condicionantes que Ribeiro e Castro já sabia que contaria.

O erro de Ribeiro e Castro está na convocação de um Congresso Extraordinário, com o objectivo de discutir a sua liderança. Assim sendo este Congresso terá desde já uma consequência, o partido vira-se para dentro, discutirár-se-à a si próprio, discutirar-se-à quem é quem no partido, quem tem mais poder, quem tem mais força, quem tem mais visibilidade, quem fala melhor. Tudo isto será discutido no Congresso Extraordinário. Agora falar para o país, sobre o país e discutir alternativas de poder ou estou muito enganado ou tudo isso passará ao lado do Congresso. E, mais uma vez, ficará o país a ver um partido a discutir sobre si e para si, correndo o CDS o risco de nada transmitir e só afastar.

Ribeiro e Castro deveria ter percebido uma coisa: não é ganhando o partido por dentro que acabam as criticas à sua liderança, veja-se o caso de Marques Mendes, não é ganhando nas estruturas do partido que ganha o partido. O partido conquista-se conquistando o país. Foi assim que o fez Manuel Monteiro e Paulo Portas. O princípio do partido será sempre este: ir atrás de um líder que tenha alguma coisa para oferecer, isto é, que tenha poder para distribuir. Só ganhando o país e conquistando o país, Ribeiro e Castro ganhará o partido, enquanto nada tiver para oferecer e dar, não contará com uma pacificação do partido.

O desafio de Ribeiro e Castro não é o de ser líder incondicional do CDS, o grande desafio de Ribeiro e Castro é falar para o país, ir ao país e conquistar eleitores. Essa sim é a sua batalha.

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