sexta-feira, 14 de setembro de 2007

E a alma possuirá esse esplendor prometido nas formas que perdemos

"O amor quer expor-se a si mesmo, quer fundir-se com a sua vìtima como o vencedor com o vencido, sem abrir mão das prerrogativas do vencedor." Charles Baudelaire




Há relações em que um tem um carácter mais vulnerável e sensível. Na maior parte das vezes, é ele o elemento disturbador da relação, é dele que emana o perigo. Ao mesmo tempo, ele desvaloriza o perigo, enquanto que na outra parte, o sentimento de tristeza e desentendimento vai crescendo até que um dia estoira. Há um basta que surge! O processo é lento e doloroso. Não está nem nunca estará em causa o Amor, esse julga-se eterno, e de facto será. Está em causa um pormenor mas em si mesmo uma condição necessária. Quando se dá a ruptura, o vulnerável é apanhado de surpresa! É algo que não esperáva porque em si, sabe que o Amor, o Desejo e a Paixão estão lá.


Fico incrédulo assistir a isto tudo, ver acontecer sem que o manto de passividade seja rompido. Parece simples bastar corrigir o que está errado! Porém, para o vulnerável o bem mais precioso, embora essencial, não é o Amor. Por isso esta coisa de quase o desprezar, não lhe atribuir importância. O Forte, percebe então que o Amor não é invencível.


O Forte almeja o Amor e o Vulnerável secundariza-o. Faz sentido!

2 comentários:

  1. Vi uma vez um filme onde se dizia: "entre deux amants, il y a toujours un qui aime et autre qui se laisse aimer". Talvez seja esse o segredo do "...e foram felizes para sempre".

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  2. Excelente post Miguel.

    Muito boa reflexão.

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