sexta-feira, 30 de novembro de 2007


Fds com mar a subir. É possível que hajam ondas na linha, com um pouco de sorte (imensa) em frente a casa!
Numa entrevista do Paulo Sousa, o ex- eterno lesionado, ele diz uma coisa gira: "Recentemente aprendeu a ler". Aconteceu comigo o mesmo, mas a andar. O homem é mesmo o bicho mais preguiçoso e mais facilmente desadaptável que existe. Mas também o contrário, somos facilmente adaptáveis, mas esquecemo-lo!

Aprender a mudar...




O Eterno Descobrimento

Deus não se apresenta aos nossos seres finitos
como uma Coisa já completamente acabada
que vamos abraçar.
Deus é, antes, para nós
o eterno descobrimento
e o eterno Crescimento.
Quanto mais julgamos compreendê-lo,
mais Ele se mostra diferente do que julgávamos.
Quanto mais julgamos tê-lo agarrado,
mais ele recua, atraindo-nos para as profundezas de si próprio.
Quanto mais nos aproximamos dele,
por todos os esforços de natureza e da graça,
Mais ele aumenta com o mesmo movimento,
a sua atracção sobre as nossas potências,
e a receptividade das nossas potências
a essa divina atracção.

Teilhard de Chardin,sj

Mudar, aceitar a mudança, caminhar na certeza de que algo se renova. Quem é Deus? Quem é Deus na minha vida? Quem sou eu em Deus? Estas questões levam-nos ao profundo de nós, dando passos que nos encaminham para Ele. As respostas que vão surgindo vão sendo diferentes, vão mudando. Talvez quando tinha 2 anos, fechado no pequeno grande mundo da relação com a minha mãe e o meu pai, Deus seria sem dúvida o aconchego do regaço de um dos dois… Talvez quando tinha 6 anos, Deus começasse a aparecer de uma forma diferente, afinal o Menino Jesus trazia presentes naquela noite fria, mas mágica… Talvez quando tinha 12 anos, Ele já era enorme, grande, intocável… E eu nem tinha ido à catequese… Fugi… Aos 15, Ele era sem dúvida um tirano, levou-me uma das minhas grandes amigas… Mas aí, dá-se a grande mudança. Obrigou-me, de frente para Ele, a questionar, questioná-Lo, mesmo inconscientemente… Levou-me ao que sou hoje… Uma pessoa mudada e em mudança.

Hoje, já não é um talvez. Encaro esta certeza de Deus Encarnado numa constante novidade diante de nós. Que abraça, acolhe, beija, AMA cada sonho, cada ser humano… E que desafia, interpela, que não nos deixa conformar com o que já está. O Eterno Descobrimento, que pede Mais, a mim próprio, perante o que sou diante dos outros e diante d’Ele.


[Texto escrito para o CÁBULA revista do CAB - Centro Académico de Braga]


Momentos difíceis

'Sometimes I Feel Like A Motherless Child'
(Jimmy Scott)

para o Henrique

É hoje!


Porque são geniais, criativos, virtuosos e completamente blasés, é fundamental não perder o concerto dos Ela não é Francesa Ele não é Espanhol, no Palácio Anjos em Algés, na próxima sexta feira, dia 30 de Novembro, pelas 22 horas.
.
A belíssima Inês Jacques e o enigmático Eduardo Raon sobem ao palco para interpretar uns temas mais conhecidos que outros usando para isso inteligência, bom humor e muito talento, o talento essencial para retirar até de brinquedos uma sonoridade madura e elaborada q.b.. Para além de algumas composições dos próprios, escuta-se Duke Ellington, Jay Jay Johanson, Lee David, Richard Rodgers e até mesmo Madonna, o que prova o ecletismo e divertimento que está presente na escolha (e interpretação) do repertório.
.
Diz que o ponto de partida é o jazz mas parece-me a mim que já estão longe, muito longe desse momento inicial, pelo que catalogar a sua música é, no mínimo, redutor. Daí que só vendo (ou melhor, ouvindo) para perceber.
.
.
Sexta-feira, 30 de Novembro
22H00

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Excelentes notícias para o Património!


Estado compra «Enterro do Senhor» de Tiepolo por 1,5 M€
.

Silvano Lourenço (Campeão Europeu)


ETB 2007
Congratulations
SILVANO LOURENÇO (Por)
EUNATE AGUIRRE (SPN – BC)
The new ETB CHAMPION`S
After the last ETB event 2007 in Agadir – Morocco the European Tour of Bodyboard have find the 2007 Champions in Bodyboard Open & Ladies.


Nós traduzimos. O novo campeão europeu de Bodyboard, é português, tem 26 anos, e chama-se Silvano Lourenço.

Nunca te esqueças

Direito de Informar

A propósito da reportagem na Sábado sobre a mulher mais rica do país, faz ainda capa nos jornais gratuitos e etc, fica uma pergunta: será que quem escreve aqueles textos, quando menciona e sublinha, o caracter reservado e timido, o não gostar de exposição e escusar-se a aparecer, etc, pensa ou, vai para casa com o sentimento de dever cumprido, do tipo, fixe, já entalei mais um!?!?!
Sou suspeito, odeio a revista que faz capa com os meus sitios publicos, favoritos e privados, não têm de levar para lá o povo.
O Futebol quando jogado ao mais alto nível, é o maior espectáculo do mundo.

Desejo

Que Deus me perdoe o mal que tenho feito aos outros, prometo que farei tudo para melhorar. Mas que castigue severamente quem magoou e magoa.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007


A tristeza das más notícias...


Aquilo que seria necessário da minha parte seria uma disponibilidade, no fundo, igual àquela que eu tenho tido sempre, que é pondo como prioridade na minha vida os Madredeus. Falei com o Pedro (Ayres Magalhães) e decidi que não podia dar essa disponibilidade".

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Hoje acordei mais ou menos assim (Série Músicas que arrepiam XXVI)



Qualsevol nit pot sortir el sol
(Jaume Sisa)

Qualsevol nit pot sortir el sol é uma canção de 1975 composta, escrita e interpretada por Jaume Sisa. É dirigida ao público infantil mas devido à sua extraordinária letra e música tem encantado filhos e pais, superando as barreiras generacionais.
Na realidade não encontrei a versão que eu gosto desta música. Se tiverem curiosidade não deixem de ouvir a versão de Albert Plá. É absolutamente arrepiante!

Apesar de ser em catalão, aqui fica a letra em castelhano:
.
"Hace una noche clara y tranquila, la Luna nos ilumina y los invitados van llegando y llenan toda la casa de colores y de perfumes. He aquí a Blancanieves, Pulgarcito, los tres cerditos, el perro Snoopy y su secretario Emilio. Y Simbad, Ali-baba y Gullivert. Oh, bienvenidos, pasad pasad, con la tristeza haremos humo. Mi casa es vuestra casa si es que hay casas de alguien. Hola Jaimito, y doña Urraca, Carpanta, y Barba-azul, Frankenstein, y el Hombre-lobo, el conde Dràcula, y Tarzán. La mona Chita y Peter Pan. La señorita ‘Marieta del ull viu’ viene con un soldado, los Reyes Magos y Papa Noël. El pato Donald y Pasqual, la ‘Pepa maca’ y Superman. Oh, bienvenidos, pasad pasad, con la tristeza haremos humo. Mi casa es vuestra casa si es que hay casas de alguien. Buenas noches señor King Kong, señor Asterix y Taxi-Key. Roberto Alcázar y Pedrín, el Hombre del Saco, y Pulgarcito, señor Charlot y señor Obélix. Pinocho viene del brazo con la Moños. Está la mujer que vende globos, la familia Ulises, y el Capitán Trueno en patinete. Oh, bienvenidos, pasad pasad, con la tristeza haremos humo. Mi casa es vuestra casa si es que hay casas de alguien. A las doce han llegado la Hada Buena y Cenicienta, Tom y Jerry, la Bruja Calixta, Bamby y Moby Dick, y la Emperatriz Sissi. Y Mortadelo, y Filemón, y Charly Brown, y Guillermo Tell, la Caperucita Roja, el Lobo Feroz, y el ‘caganer’, Cocoliso y Popeye. Oh, bienvenidos, pasad pasad, ahora ya no falta nadie, o quizás sí… ya me doy cuenta… que tan sólo faltas tú. También puedes venir si quieres, te esperamos, todo el mundo cabe aquí. El tiempo no cuenta, ni el espacio… porque aquí, cualquier noche puede salir el sol."

O.Insecto lê o Lobi

Mesmo para aqueles que não gostam de banqueiros – lista na qual orgulhosamente me incluo – o fim de carreira de Jardim Gonçalves não nos pode ser indiferente.
Num curto espaço de tempo, já afirmaram que estava para se demitir mas não se demitiu, já foi atraiçoado por um delfim deslumbrado com accionistas selvagens e até já teve de pagar uma dívida do filho, depois de ser humilhado por uma opinião pública ignorante mas que papa estas novelas como os pardais, milho.
Depois do anúncio do fim das negociações para uma eventual fusão com o BPI, João Rendeiro apressou-se a anunciar novamente a sua demissão, sem que se reconheça legitimidade, porém, ao inédito mensageiro.
Todo este enredo, já inenarrável, contrasta com uma carreira exemplar, que fez com que o BCP seja hoje indiscutivelmente o maior banco privado português. Um trajecto que só pode ser um caso de estudo para todos estes pequenos banqueiros que querem vencer Jardim Gonçalves à força, espezinhando-o. Usam a comunicação social e fabricam escândalos. Lançam suspeitas. Uma lama que foi berço enquanto outro não assomava.
O problema, para Portugal, é grande. A classe política é o drama que se conhece. Agora é a vez da classe financeira perder valor."

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

"Boa Sorte / Good Luck" - Vanessa da Mata e Ben Harper

É só isso

Não tem mais jeito

Acabou, boa sorte

Não tenho o que dizer

São só palavras

E o que eu sinto

Não mudará

Tudo o que quer me dar

É demais

É pesado

Não há paz

Tudo o que quer de mim

Irreais Expectativas Desleais

That's it

There's no way

It's over,

Good luckI have nothing else to say

It’s only words

And what l feel

Won’t change

Tudo o que quer me dar / Everything you want to give me

É demais / It's too much

É pesado / It’s heavy

Não há paz / There is no peace

Tudo o que quer de mim / All you want from me

Irreais / Isn’t real

Expectativas / that Expectations

Mesmo, se segure

Quero que se cure

Dessa pessoa

Que o aconselha

Há um desencontro

Veja por esse ponto

Há tantas pessoas especiais

Now even if you hold yourself

I want you to get cured

From this person

Who advises you

There is a disconnection

See through this point of view

There are so many special people in the world

So many special people in the world in the world

All you want

All you want

Tudo o que quer me dar / Everything you want to give me

É demais / It's too much

É pesado / It's heavy

Não há paz / There's no peace

Tudo o que quer de mim / All you want from me

Irreais / isn’t real

Expectativas / that Expectations

Now we're falling, falling, falling , falling into the night, into the night

Falling, falling, falling, falling into the night

Um bom encontro é de dois

Now we're falling, falling, falling , falling into the night, into the night

Falling, falling, falling, falling into the night

O primeiro

O primeiro post neste blog (e de resto em qualquer blog) começa com um cumprimento aos demais autores e, como sou um cavalheiro (sim, fidalgo ainda que arruinado) dirijo-me respeitosamente à Moura, a única senhora desta tertúlia, que me habituei a ler desde que o Pedro me falou do Insecto.
A apresentação que de mim foi feita não será a mais clara de todas. Sou de facto jurista mas não odeio a jurisprudência. Acontece que tenho a prudência (lá está) de me afastar das leis e do Direito porque gosto demasiado das letras para as desbaratar com teorias, decretos, leis e códigos. Ambiciono uma carreira de escritor? Bom, na verdade ambiciono muitas outras coisas que não confesso mas escritor não está no topo da minha lista de prioridades. O Pedro, que conheci em grandes tertúlias de capa e batina por ruas e tascas de Coimbra, é um bom fantasista e como tal atribui aos outros os seus reais desejos. Com tamanha imaginação deveria ser ele o escritor mas perde-se agora ao serviço da Nação... (Por falar nisso Pedro, já nos deves a todos uma visita... Quando apareces?)
Tentarei ir escrevendo neste espaço tão plural (como se diz agora) e espero estar à altura dos meus restantes companheiros. Não prometo assiduidade mas estarei presente sempre que tiver alguma coisa interessante para dizer.
Para terminar, deixo uma reflexão de Eça de Queiroz, esse grande homem...
"Em Portugal não há ciência de governar nem há ciência de organizar oposição. Falta igualmente a aptidão, e o engenho, e o bom senso, e a moralidade, nestes dois factos que constituem o movimento político das nações. A ciência de governar é neste país uma habilidade, uma rotina de acaso, diversamente influenciada pela paixão, pela inveja, pela intriga, pela vaidade, pela frivolidade e pelo interesse."
Parece que foi escrito ontem, não parece?

"Happy Days Are Here Again"

Um novo Insecto

Junta-se ao Insecto um novo elemento, o Gonçalo. Para os que não o conhecem, o Gonçalo é um amigo de longa data, dos tempos de Coimbra. Licenciado em Direito, odeia a jurisprudência e ambiciona uma vida de escritor. Como somos bonzinhos até o deixamos praticar por aqui. Espero que deixe de lado os seus tiques de "fidalgo arruinado"! Bem vindo!

Entretenimento de fim de semana


Consumo de fim de semana


domingo, 25 de novembro de 2007


Acho bem! Três exemplos próximos que contrariam uma certa descrença que por aí anda. Uns tios que confirmam os laços de casamento depois de 25 anos perante Deus, e agora uma irmã depois de 7 anos. E uns amigos, o segundo casamento de ambos. É muito bom.
Que eu sempre fui só de você
E você sempre foi só de mim

Há qualquer coisa de maravilhoso que acontece quando a Elis canta esta canção, é quase um ideário.

sábado, 24 de novembro de 2007

Às vezes até parece mentira

Deixem-me ver se percebi bem: existe um quadro de Tiepolo numa colecção particular, classificado pelo Estado Português desde1939. Esse quadro vai a leilão no próximo dia 29 e, apesar de inúmeros pareceres técnicos que aconselham a sua compra, o Estado, pela voz do Director do IPM, Manuel Bairrão Oleiro, diz que abdicará do direito de opção porque o Ministério da Cultura não dispõe de recursos para esta aquisição. O mesmo Ministério que "compra" exposições (do refugo) do Hermitage porque, segundo a Ministra, Portugal não dispõe de tesouros que possa expôr com pompa, circunstância e orçamentos absurdos, abdica agora de enriquecer o seu património (e logo, o património de todos os portugueses) ainda que a proprietária da pintura em causa se mostre disponível há já vários anos para resolver a questão de uma forma simpática para todos.
Como se isto não bastasse, a Ministra da Cultura diz, segundo notícia do Público, que "
não fui sequer informada pelos meus serviços, designadamente pelo IMC, sobre o interesse do Estado em comprar esse quadro", o que revela das duas uma: que "é muito reduzida a utilidade de um governante que se esconde atrás dos seus serviços quando alguma coisa corre mal, como faz a ministra da Cultura", como disse Paulo Ferreira; ou então mais uma vez se prova que o Ministério da Cultura funciona quase em auto-gestão e a Ministra desconhece os assuntos mais relevantes da actualidade.
Seja qual for a verdadeira razão para este desconhecimento, os desnorteios na Cultura começam (ou continuam) a cansar. Longe vão os tempos em que o Partido Socialista era conhecido pelo especial rigor e cuidado com que cuidava desta pasta. Longe vão os tempos em que a Cultura era património da Esquerda...

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

É Fácil!

Gosto do VPV porque faz-me rir e reconheço-lhe lucidez e inteligência acima da média. Mas também ao Alberto João Jardim e a tantos outros da nossa praça e fora dela. Já o admirar, enfim... o VPV infelizmente pertence ao sector tuga e nele mesmo, profundamente mediocre, na altivez da cadeira de onde escreve é muito fácil estar e dizer mal. Quanto a acções, sugestões ou encabeçar uma alternativa, essas ficam para os tótós que ele mesmo rotula.

Mais VPV

«Sócrates é de uma pavorosa mediocridade. Pior: tem uma linha de pensamento convencional que assenta em lugares-comuns.»
Vasco Pulido Valente, in Única

Ela não é Francesa Ele não é Espanhol


Porque são geniais, criativos, virtuosos e completamente blasés, é fundamental não perder o concerto dos Ela não é Francesa Ele não é Espanhol, no Palácio Anjos em Algés, na próxima sexta feira, dia 30 de Novembro, pelas 22 horas.
.
A belíssima Inês Jacques e o enigmático Eduardo Raon sobem ao palco para interpretar uns temas mais conhecidos que outros usando para isso inteligência, bom humor e muito talento, o talento essencial para retirar até de brinquedos uma sonoridade madura e elaborada q.b.. Para além de algumas composições dos próprios, escuta-se Duke Ellington, Jay Jay Johanson, Lee David, Richard Rodgers e até mesmo Madonna, o que prova o ecletismo e divertimento que está presente na escolha (e interpretação) do repertório.
.
Diz que o ponto de partida é o jazz mas parece-me a mim que já estão longe, muito longe desse momento inicial, pelo que catalogar a sua música é, no mínimo, redutor. Daí que só vendo (ou melhor, ouvindo) para perceber.
.
.
Sexta-feira, 30 de Novembro
22H00

Doce Mistério da Vida (para a Moura, o Louro, o Tiago e o Paulo, sj)

"Minha vida que parece muito calma
Tem segredos que eu não posso revelar
Escondidos bem no fundo de minh'alma
Não transparecem nem sequer em um olhar
Vive sempre conversando à sós comigo
Uma voz eu escuto com fervor
Escolheu meu coração pra seu abrigo
E dele fez um roseiral em flor
A ninguém revelarei o meu segredo
E nem direi quem é o meu amor"

terça-feira, 20 de novembro de 2007


A Medusa de Bernini

Esta criatura fabulosa chamada Mola ou Peixe Sol (adaptação livre do inglês Sun Fish - por gostar de se estender ao sol no oceano) é um dos peixes que nadam no Oceanário de Lx. O prato favorito da Mola são Medusas, outro dos seres mais fantásticos da criação, feitos de 100% água.

Pensamentos soltos...



Morgado cá vai o que penso sobre isto...

Só ontem tive oportunidade de ler com calma a carta que Bento XVI escreveu aos nossos bispos. Para mim, alguns pontos que o Papa apresenta na carta não são novidade. De facto, a fé portuguesa anda muito centrada em santos e santinhos, gerando confusões no pensamento sobre isto da religião e da fé. Sem querer cair no perigo da generalização, é notória a cada vez maior desvalorização da celebração dominical e tudo o que está ligado com a Igreja, na sua dimensão comunitária. De que me serve ir todos os anos a Fátima, por exemplo, se isso em nada contribui para uma mudança da minha relação com a comunidade? Até mesmo com Jesus? Maria tem um papel importante enquanto imagem da humanidade que dá o sim à divindade, mas ela não é a divindade.

Também por pensar sobre isto, graças ao que vou escutando nas várias conversas que vou tendo, percebo que tem de começar a haver um questionamento sério sobre o que se prega, anuncia (ou não anuncia), deitando abaixo a imagem clericalista da Igreja. Muitas vezes, em Igreja pergunta-se, “porque é que já não vêm ter connosco?”. Para mim uma pergunta que já demonstra preocupação, mas ainda é voltada para dentro. A meu ver, juntamente com esta questão deve surgir outra: “o que é que nós, Igreja, estamos, ou não estamos, a fazer que provoca este afastamento em relação a nós?”. Penso que Bento XVI também está a colocar esta última questão aos Bispos. Afinal, andamos a centrar a fé nas romarias e não na Pessoa de Jesus. E conhecer a fundo Jesus Cristo não é, de todo, perdoem-me a expressão, esfregar as mãos nesta ou naquela imagem em busca do milagre, ou sabe-se lá do quê. A Teologia é bastante mais séria e a busca da relação com Deus traz muitas responsabilidades. Tem de se perder o medo em partir estruturas antigas e olhar às novas respostas para os dias de hoje. De facto, vinho novo em odres velhos, já se sabe o resultado.

Penso que se ganharia muito mais em começar a escutarmo-nos uns aos outros, em escutar os sinais dos tempos. Há tanto bem na Igreja, que acaba por ficar abafado por mesquinhices que não têm interesse nenhum. De que me serve anunciar que “Jesus é amor” se isso não é vivido? De que serve estar a dizer às pessoas para vir à Celebração Dominical, se não se explica, na medida do possível, o que se passa naquele momento? Não faz sentido ir à Missa por obrigação... Faz sentido quando busco uma relação...

A formação é cada vez mais importante. E começaria pelos padres, diáconos, catequistas. Sair de paradigmas antigos e entrar em pleno, por exemplo, na grande mensagem de esperança do Concílio Vaticano II. Há dias comentaram-me que a Igreja deixou de evangelizar há 1700 anos atrás, quando saiu das catacumbas, porque a partir desse momento deixou de propor, para passar a impor. Tenho noção de que este pensamento pode ser redutor, mas tem o seu quê para reflectir. Jesus veio anunciar a Boa-Nova, tendo sido muito duro perante as atitudes dos fariseus que impunham as suas doutrinas. Afinal, a libertação do ser humano passa por uma relação de esperança e verdade diante de Deus e não de medo, como se de um tirano tratasse. E esta relação tem de ser livre, no sim que é dado a quem ouve e vê Jesus. Ora, nós crentes, temos de ser os primeiros a dar o exemplo do acolhimento, do não julgamento. Sei que me torno repetitivo sobre este ponto, mas a experiência vai-me confirmando esta posição.

Se Bento XVI pede para nos centrarmos em Jesus, torna-se evidente, pelo menos para mim, que temos de voltar o nosso olhar para o Mistério da Encarnação. Não estou a ver Deus encarnar por um capricho, mas sim por este profundo desejo de integrar toda a humanidade na sua divindade. E isto vive-se em comunidade, na relação comigo, com os outros e, sobretudo com Jesus, Deus encarnado. Isto é mesmo muito sério…


segunda-feira, 19 de novembro de 2007

"Bento XVI chamou os bispos portugueses a Roma para lhes dar uma reprimenda exemplar e inesperada: Portugal, segundo o Papa, vai mal de verdadeira fé e de militância católica: muito folclore e pouca substância. Esta foi a resposta que a Igreja Católica portuguesa recebeu ao convite para que o Papa viesse a Fátima para a inauguração da nova (e lindíssima) basílica do Santuário. Menos Fátima e mais Evangelho, respondeu-lhes Bento XVI. Menos multidões nas datas marcadas no Santuário e mais gente nas igrejas e na vida das paróquias.
(...)
O Papa Ratzinger é diferente. Ocupou-se da doutrina enquanto Woytila se ocupava da fé. Teólogo, intelectual brilhante, com uma noção da intemporalidade da Igreja que vai muito além dos fenómenos passageiros de histeria de massas, ele sabe que 300.000 peregrinos em Fátima não significam 300.000 cristãos no dia-a-dia da Igreja e das suas próprias vidas. Sabe que há católicos, e a grande maioria, que é capaz de viver 364 dias por ano ao arrepio da moral e dos mandamentos da Igreja e um dia por ano a conquistar a absolvição dos seus 'pecados' numa excursão a Fátima, mais ou menos penosa. E sabe que a fé e a religião são coisas diferentes disso."

O texto é do MST no Expresso.

Lentamente vou mudando a minha opinião sobre este papa. Ao contrário de João Paulo II, está pouco interessado em tirar beneficio de alguns abusos da fé. Também, parece-me bastante menos ortodoxo, o que não é estranho se puser a razão à frente da metafisica. Paulo SJ, queres dar a tua opinião sobre isto tudo?

A velhice começou

Hoje, numa consulta médica, fiquei a saber que tenho artroses na coluna vertebral. Pergunta imediata ao médico: “E agora que me vai acontecer?”, resposta: “ Isso é mero sinal de velhice e se não tem dores, não tem com que se preocupar. Mas como sei que faz surf deveria pensar em deixar.”, contra-resposta: “Não me parece que essa seja uma solução.”
Portanto, velhice com artroses é uma certeza, resta-nos umas surfadas para nos fazer esquecer as dores, que um dia começarão. O horror é uma velhice! E só tenho 29 anos…:(
As artroses são já um certeza, que se segue? O cabelo nãooooooooooooooooooooooooo...

Tesourinhos por e-mail: qual a função do apóstrofo?


«Os apóstrofos são os amigos de Jesus, que se juntaram naquela jantinha que o Michelângelo fotografou».

domingo, 18 de novembro de 2007

Depois de mais um dia passado entre cavalos pela frustração de um mar sem grandes ondas, a surpresa de um final de tarde, uma ondinha pequena mas linda. A Broa por nos ver tão perto, uiva sem parar, parece desorientada. O primeiro contacto com o Inverno, um frio enregeledor acima do nível do mar, obriga-nos a afundar o corpo na água, as mãos sofrem o primeiro contacto da água do vento da antartida e do frio, queixam-se. Quando saímos, os pés recusam-se a caminhar pela areia e pelo asfalto que mais parece uma pista de gelo, e no fim o submetermo-nos constantemente a esta tortura por um punhado de adrenalina e de umas horas bem passadas entre amigos. Mas isto foi ontem, hoje o Guincho acordou mais alto e com sol, fui.

sábado, 17 de novembro de 2007


Sair do sonho agitado de Betty que Lynch filma em Mulhollandrive e fazer a transição para o mundo real com outro sonho, a suite do Quebra-Nozes deTchaikovsky. A perfeição do acaso, o único cd que tinha no carro contém esta pequena joia em que os brinquedos vão ganhando vida no sonho de Clara.


Hoje, a ver se tenho o prazer de ser um dos que assiste à palestra sobre Meditação Transcendental que o mestre dá na sala de congressos do Estoril. Não é por acaso que uma das nossas melhores faces seja a subconsciente.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Entrei no Casino do Estoril para comprar um bilhete para o Mulholland Drive. À minha frente um personagem que podia ser de Lynch. Ela antecipa-se para lhe abrir a porta. Apoiado na bengala, passa sem olhar para a amante do leste, vem de fato escuro com um cachecol branco sobre o fato. Entram na sala de Blackjack.

Old Trafford


Parece que nos vamos ver dia 27... Spooooooooooorting!

Não sei ainda qual é o meu bilhete, mas quero um daqueles mesmo junto ao relvado para satisfazer um desejo antigo, a meio do jogo, vou atravessar o campo nu em pelo ... lololol

Esta semana, a revista Sábado publica um artigo sobre Vasco Pulido Valente, a não perder. Aqui ficam umas frases de génio que marcaram a escrita de VPV e alguns dos seus ódios:
« Estive no Parlamento seis meses, com férias de Natal pelo meio. Não fiz nada (…) De vez em quando recebia instruções para votar assim ou assado. Sem comentário (…) Às quatro e meia da tarde, no mictório nacional, imemorialmente entupido, a urina já chegava à porta. Às cinco e meia, voltada para casa.»
Sobre Cavaco Silva:
« É a alma mais desértica que o Ocidente produziu. Nutro por ele um verdadeiro sentimento de horror.»
Sobre Clara Ferreira Alves:
« Fez com dificuldade o antigo 12º ano. Desde 1984 que se diz autora de um romance nunca publicado e é dona de uma coluna ilegível no jornal Expresso.»
Há coisas que só permitimos aos génios!

Hoje acordei a pensar que

Não sou optimista porque os optimistas são ingénuos... Também não sou um pessimista porque os pessimistas são amargos... Sou um realista esperançoso. Acredito no ser humano com o mesmo fervor com que duvido do futuro...

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Partilho com os bebés uma resistência quase eterna a ir dormir.

Tem a ver com a frustração de assistir a algo belo acabar e com a impotência de não conseguir fazer mais. Como se prolongar um dia nos prolongassemos a nós mesmos.

Talvez por isto me tenha sempre sentido impressionado com o medo que os antigos sentiam ao ver o Sol mergulhar no Oceano e com o mito desse personagem fantástico, Peter Pan.
A passear na praia este sábado com um dos meus sobrinhos, o D. com 2anos e meio ficou entre o amedrontado e o irado ao ver um rapaz a fazer caça submarina. Disse que era o pescador do Nemo. Se o D. fosse maior tinha apertado o pescoço ao rapaz para repor a justiça de tão vil acto. Porque o maravilhoso mundo das crianças é ainda um mistério, o D. ele mesmo teria olhado para mim com horror se soubesse que o tio também caça peixinhos. Ou talvez seja mesmo assim e nós estamos já formatados para perdoar a uns o que achamos sem sombra de perdão a outros.

E ao 16º dia de ausência, a saudade...

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

P. Pedro Arrupe,sj





Hoje faria 100 anos!

Estudou medicina, entrou na Companhia de Jesus, foi expulso de Espanha aquando da instauração da República, foi missionário no Japão, seguindo para Roma, onde foi eleito Superior Geral da Companhia.

No Japão vive a maior experiência da sua vida. Às 8h15 minutos o relógio parou... Rebenta a bomba em Hiroshima. Diante de tal catástrofe, arregaça as mangas e dá o melhor que pode, tentando curar os sobreviventes. Isso marcou-o para o resto da sua vida, inteiramente dedicada a Deus, através das pessoas. Afinal, como dizia o P. Arrupe, não se pode dar respostas do passado aos desafios do presente. Deixo uma oração dele que me tem ajudado a perder os medos e a me empurrar para loucura:

Senhor, dá-me o teu amor, que me faça
perder a minha "prudência humana" e me leve a arriscar a dar o salto, como S. Pedro, para ir para Ti: não me afundarei enquanto confiar em Ti.

Não quereria ouvir: "Homem de pouca fé, porque duvidaste?". Quantos motivos teológicos, ascéticos, de prudência humana, aparecem no meu espírito e tentam demonstrar-me "sob aparência de bem" com muitas razões humana, que o que Tu me inspiras e pedes é imprudente: uma loucura.

Tu, Senhor, segundo isso, foste "o mais louco dos homens", pois inventaste essa insensatez da cruz.

Senhor! Ensina-me que essa insensatez é a tua prudência, e dá-me tal amor à tua pessoa para que seja eu também outro louco como Tu.

(No blog da minha Comunidade, a Comunidade Pedro Arrupe, desde há uma semana foram publicados pequenos textos/partilhas sobre a vida do P. Arrupe)


terça-feira, 13 de novembro de 2007

Educação

Há agressividade na forma como algumas pessoas falam, entre amigos chegam a ofender-se, quase de forma continuada, ao ponto de os mesmos não o entenderem assim. Não o percebia.
Há pouco, ao ouvir uma conversa entre colegas, de forma quase natural repeti o que em criança tantas vezes, eu e os meus irmãos ouviamos "não sejas mau para a tua irmã/ irmão". Zangávamo-nos, batiamo-nos e faziamos 30 por uma linha, mas o discurso foi amenizando até que a agressividade natural do bom selvagem - desaparece.
Em alguns... em outros prevalece.

Autobiografia

Sair do emprego tarde mas satisfeito, ir para casa da mãe e entrar em ebulição, chegar a casa e preparar um longo jantar - momento em que o comer é quase um colo - de tão cheio, à revelia das obrigações contratuais, adormecer pançudo no sofá. Quando acordamos perto das 4 da manhã, despertos como um animal de voo nocturno, o melhor que temos é Purcell - When I am Laid - para os ouvidos e Sophia em modo aleatório.
[Cupids appear in the clouds over her tomb]
Thy hand, Belinda, darkness shades me,
On thy bosom let me rest,
More I would, but Death invades me;
Death is now a welcome guest.
When I am laid in earth, May my wrongs create
No trouble in thy breast;
Remember me, but ah! forget my fate.

Metáfora Universal


Desenhada para a marca Blankblank, esta original biblioteca é obra da dupla de designers Mike and Maaike (ela é holandesa e ele é norte-americano). A sua particularidade reside no facto de juntar pela primeira vez os mais importantes textos religiosos do mundo num só suporte. Baptizada de Juxtaposed:Religion, o conceito subjacente a esta peça é simples: 5.084.000.000 pessoas + 5.360 páginas + 3.700 anos + 243 países + 7 livros = 1 estante.

E como os meus 30 anos estão à porta e o Natal já esteve mais longe e eu tenho uma casa com muitas paredes para preencher, pensei que os meus amigos podiam, enfim, como dizer, bom... É mesmo isso... Queremos muito!

(atenção, a edição é limitada a 50 exemplares...)

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

E agora, São Paulo...

Depois de 10 dias de muito stress em Santiago do Chile, chego finalmente a "casa", a minha casa da América Latina, São Paulo. Não me lembro de melhor descrição desta cidade (maravilhosa, também) que a que é cantada por Caetano Veloso em Sampa. Aqui fica!


"Alguma coisa acontece no meu coração
que só quando cruzo a Ipiranga e a Avenida São João
é que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
da dura poesia concreta de tuas esquinas
da deselegância discreta de tuas meninas
Ainda não havia para mim Rita Lee,
a tua mais completa tradução
Alguma coisa acontece no meu coração
que só quando cruzo a Ipiranga e a Avenida São João
Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto
chamei de mau gosto o que vi de mau gosto, mau gosto
é que Narciso acha feio o que não é espelho
e a mente apavora o que ainda não é mesmo velho
nada do que não era antes quando não somos mutantes
E foste um difícil começo
afasto o que não conheço
e quem vende outro sonho feliz de cidade
aprende depressa a chamar-te de realidade
porque és o avesso do avesso do avesso do avesso
Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas
da força da grana que ergue e destrói coisas belas
da feia fumaça que sobe apagando as estrelas
eu vejo surgir teus poetas de campos e espaços
tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva
Panaméricas de Áfricas utópicas, túmulo do samba
mais possível novo quilombo de Zumbie
os novos baianos passeiam na tua garoa
e novos baianos te podem curtir numa boa."

Tesourinhos por e-mail

«Dizem que todos os dias temos que comer uma maçã por causa do ferro e uma banana por causa do potássio. Também uma laranja, para a vitamina C, meio melão para melhorar a digestão e uma chávena de chá verde sem açúcar para prevenir a diabetes.
Todos os dias temos que beber dois litros de água (sim, e logo a seguir mijá-los, que leva quase o dobro do tempo que os levei a beber).
Todos os dias temos que tomar um Activia ou um iogurte para ter 'L. Cassei Defensis', que ninguém sabe exactamente que porcaria é, mas parece que se não ingeres um milhão e meio todos os dias, começas a ver toda a gente com uma grande diarreia ou presos dos intestinos.
Cada dia uma aspirina, para prevenir os enfartes, mais um copo de vinho tinto, para a mesma coisa. E outro de vinho branco, para o sistema nervoso.
E um de cerveja, que já não me lembro para que era.
Se os tomares todos juntos, mesmo que te dê um derrame cerebral na hora, não te preocupes, pois o mais certo é que nem te dês conta disso. Todos os dias tens que comer fibras. Muita, muitíssima fibra até que sejas capaz de defecar uma camisolona bem grossa.
Tens que fazer quatro a seis refeições diárias leves sem te esqueceres de mastigar cem vezes cada garfada. Ora, fazendo um pequeno cálculo apenas a comer vão-se assim de repente umas cinco horitas. Ah, depois de cada refeição deves escovar bem os dentes, ou seja, depois do Activia e da fibra, os dentes; depois da maçã, os dentes; depois da banana, os dentes. Assim, enquanto tiveres dentes, não te podes esquecer nunca de passar o fio dental, o massajador das gengivas e bochechar com PLAX...
Melhor, amplifica a casa de banho e põe a aparelhagem de música lá, porque entre a água, a fibra e os dentes vais passar muitas horas(quase metade do dia) ali dentro.
Equipa-o também de jornais e revistas para te pores a par do que se passa, enquanto estiveres sentado na sanita, porque com a quantidade de fibra que estás a ingerir, são mais umas horitas diárias.
Temos que dormir oito horas e trabalhar outras oito, mais as cinco que usamos a comer, faz vinte e uma. Restam três horas, isto se não surgir nenhum imprevisto. Segundo as estatísticas, vemos três horas de televisão diárias. Bem, já não podes, porque todos os dias devemos caminhar pelo menos uma meia hora (convém regressares ao fim de 15 minutos, senão andas mas é 1 hora!).
E há que cuidar das amizades porque são como uma planta: temos que as regar diariamente. E quando vais de férias também, suponho, senão as plantas morrem nas férias. Para além disso, há que estar bem informado e ler pelo menos um dos jornais diários e uma revista séria, para comparar a informação.
Ah! E temos que ter sexo todos os dias mas sem cair na rotina:
temos que ser inovadores, criativos, renovar a sedução. Isso leva o seu tempo. E já nem estamos a falar do sexo tântrico!! (a respeito disso, relembro: depois de cada refeição temos que escovar os dentes!)
Também temos que arranjar tempo para a maquilhagem, a depilação/fazer a barba, varrer a casa, lavar a roupa, lavar os pratos e já nem digo, os que têm gatos, cães pássaros e uma catrefada de filhos...
No total, a mim dá-me umas 29 horas diárias, se nunca parares.
A única possibilidade que me ocorre, é fazer várias destas coisas ao mesmo tempo: por exemplo, tomas duche com água fria e com a boca aberta, e assim bebes logo os dois litros de água de uma vez. Enquanto sais do banho com a escova de dentes na boca, vais fazendo o amor, o sexo tântrico, parado, junto ao teu par, que de passagem vê TV e te vai contando o que se passa, enquanto varre a casa.
Sobrou-te uma mão livre?
Telefona aos teus amigos e aos teus pais!
Bebe o vinho e a cerveja (depois de telefonares aos teus pais, vai fazer-te falta!).
O iogurte com a maçã pode dar-te o teu par enquanto ele come a banana com a Activia.
No dia seguinte troquem. E menos mal que já crescemos, porque senão tínhamos que engolir mais umas Cerelacs e um Danoninho Extra Cálcio todos os santos dias.
Úuuuf!
Mas se te restam 2 minutos, reenvia isto aos teus amigos (que temos que regar como as plantas) enquanto comes uma colherzinha de Muesli ou Al-Bran, que faz muito bem...
E agora vou deixar-te porque entre o iogurte, o meio melão o primeiro litro de água e a terceira refeição do dia, já não faço a mínima ideia o que é que estou a fazer porque preciso urgentemente de uma casa de banho.
Ah, vou aproveitar e levo comigo a escova de dentes...»

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

É a força do chefe a que prevalece

Hoje de manha acordei com a TSF a dizer que os deputados do PS da Madeira iriam votar contra o orçamento de Estado do Governo socialista. Fiquei feliz. Pareceu-me excelente que, dentro do mesmo grupo, haja quem seja ovelha negra e goste de o ser, até porque já estou cansado dos Alegres e das Rosetas da vida.
Mas eis se não quando, hoje, às 12h, vejo a seguinte noticia em
www.diariodigital.pt:
«Os três deputados socialistas eleitos pela Madeira, Maximiano Martins, Jacinto Serrão e Júlia Caré, vão votar a favor da proposta de Orçamento para 2008, na generalidade, disse à agência Lusa fonte da direcção da bancada do PS. (…)
os três deputados do PS/Madeira deverão apresentar uma declaração de voto.»
De facto meu tio avó tinha razão: há quem mande e há quem obedeça...
Mas já agora um bocadinho de coerência e orgulho próprio também se pede, é que mudar de opinião em tão curto espaço de tempo não só não é sinal de inteligência como é sinal de fraqueza de espirito.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Sócrates insulta teatro de revista







Com a frase «Eu não vejo isto como um duelo. Isto não é o Parque Mayer», durante o primeiro dia de discussão do Orçamento de Estado, na Assembleia da República, José Sócrates, primeiro-ministro, insulta de forma grave e grosseira o teatro revista. Querer comparar a prestação dos nossos deputados à maravilha que é o teatro revista é um insulto grave e monstruoso à cultura portuguesa. Que o diga Odete Santos e que se manifestem as elites culturais deste país!

Rufus, Mozart, Mendelsohn e Haydn

Há uns anos na Austria, a tocar ao piano para meia duzia de pessoas e cheio de vinho, disse "I´m the new Mozart!", depois disse sentir um back nas costas, o fantasma de Mozart ele disse. "After that i´m no longuer the new Mozart, I´m the new Mendelsohn!".
O rapaz além de ter um piadão é culto. Propositado ou não, a ser, é o novo Haydn! O final antes do encore foi do melhor que já vi e, copia a ideia da Sinfonia nº 45 de Haydn, em que para expressar o descontentamento dos músicos em relação ao salário que recebiam, no final da Sinfonia os músicos ou várias secções deixam de tocar um a um e abandonam o palco, até ao último. Foi isto que em delirio ontem se passou, brilhante!

Rufus ontem no Coliseu


Foi Incrivel!

terça-feira, 6 de novembro de 2007

In Memoriam (2006.Nov.06)




Lina Gomes e P. Waldyr dos Santos,sj

«Não é o perfeito, mas o imperfeito, que precisa de amor.»
Oscar Wilde
«Há duas tragédias na vida: uma a de não satisfazermos os nossos desejos, a outra a de os satisfazermos.»
Oscar Wilde

O Orçamento de Estado, Santana e a Comunicação Social

A discussão do Orçamento de Estado começa hoje na Assembleia da República e tinha graça ouvir a TSF logo de manha. O enfoque dado não era sobre quais as orientações do orçamento, as suas linhas estratégicas ou políticas a definir. O enfoque dado sobre o inicio da discussão do Orçamento de Estado, documento estratégico de definição da política governativa, era antes “Santana e Sócrates frente a frente, o regresso”.
A comunicação social perdeu, mais uma vez, uma oportunidade de cumprir o seu papel, deixar de alimentar quem cria factos e informar os cidadãos. Agora que Santana tem jeito para isto tem…

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Para um solteiro e salvo no que respeita às pessoas queridas, os ritmos, hábitos e dia-a-dia da conjugalidade dos outros são um nojo.

sábado, 3 de novembro de 2007

Release the Stars


Os astros começam a alinhar-se para a grande noite de Rufus Wainwright no coliseu de lx. Não é fácil gostar dele, eu mesmo já o deixei passar duas vezes por lx meio indiferente. Chegavam-me ecos depois acerca de uma suposta loucura em palco, na forma estranha como se apresneta vestido, meio andrógino meio diva. A música que canta está fora dos cânones actuais, é sinfónica, cinematográfica, pop, electrónica, melódica, swing e foxtrot, é muito para lá do intemporal. Numa época de rotulagem, o homem é magnifico e fora de estilo. Leonard Cohen, Devendra, Antony estão entre os seus seguidores, e não é à toa, Rufus encerra em si mesmo uma época perdida. Na história da música (foi buscar a Judy a Oz) e em nós mesmos. Quando canta o amor, a despedida, a desilusão, é por lá que pairamos, num mundo de certa forma perdido. Quanto a mim, curto cantá-lo, no máximo volume, versos como cool this body now e em especial esta música, Slideshow.

Quem quer incluir, não exlui


O que é que acontece a um miúdo de 17 anos que é expulso da escola porque faltou vezes demais? Fica na rua a vadiar ou, com sorte,vai trabalhar muito antes do que devia, sem ter as habilitações certas. O que é que acontece a um miúdo de 12 anos que chumba por faltas? Desinteressa-se de continuar a ir às aulas, já está chumbado, é da maneira que falta ainda mais.
Então, temos que decidir.
Se a escola é só para os que querem estudar, vamos deixar de nos peocupar com o abandono escolar, com o trabalho infantil ou com a marginalidade dos que se viram na rua, sem nada com que se preocupar, na certeza de que a escola está fechada para ele.
Se, pelo contrário, acreditamos nessa ideia da escola inclusiva, da escola como meio de esbater as clivagens geracionais, como meio de promover a igualdade de oportunidades, então a escola não pode bater com a porta na cara dos alunos que deviam lá estar mas que querem sair.
A escola de hoje não pode ser a primeira a abandonar os garotos por muito esforço que isso exija, por muito desperdício que acarrete. Muitos não conseguirão, ainda assim, mantendo as portas abertas, estudar o que deviam. Mas outros, por poucos que sejam, voltam, são aproveitados, e talvez tenham um futuro melhor.
Às vezes, os miúdos faltam porque estão na fase contestatária, ou têm problemas em casa, ou, ou... Então, quando mais precisam, a escola expulsa-os por faltas, sem saber sequer se eles aprenderam alguma coisa que se aproveite. Depois, se calhar já é tarde para lamentarmos os números da exclusão, o melhor é passarmos a orgulharmo-nos das poucas faltas que dão os que sobrarem.
O que não podemos é manter as regras que eram certissimas quando na escola só cabiam os que podiam progredir, e o demonstravam, cumprindo os seus deveres de aluno assíduo e aplicado, e ao mesmo tempo clamar por uma escola inclusiva. Se a escola é inclusiva, não exclui, tenta integrar. Custe o que custar.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Felicidade autoinduzida abortada

Tavira: apreendidos 45 fardos de haxixe

A Polícia Marítima recolheu da água e de uma embarcação sem tripulantes 45 fardos de haxixe frente à Ilha de Cabanas, Tavira, mantendo-se uma equipa no local para verificar se há mais fardos na água.
in Diário Digital