quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Corporativismo

3 comentários:

  1. De facto, não faz o menor sentido. A menos que me escape alguma coisa ...

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  2. É um mito pensar que existem «médias» para Medicina. Para as vagas que existem, concorrem varios alunos mas como a seriaçao é feita por medias, os candidatos com as medias mais altas ocupam os lugares antes dos demais. Actualmente, existem 7Faculdades de Medicina em Portugal continental e 2faculdades nas Ilhas (com apenas os 3primeiros anos), tendo Portugal atingido um numero de estudantes de medicina per capita mais elevado que o do Reino Unido. Para quem nao vive nessa realidade, as condiçoes que os hospitais universitarios e as faculdades oferecem aos seus alunos sao, em regra, más: faltam espaços de ensino e falta contratar medicos que sejam assistentes hospitalares e acompanhem os alunos correctamente; sobejam alunos nas faculdades, onde se assiste a aulas sentado nas escadas e sobejam alunos nos serviços, quase sempre descontextualizados, com poucos doentes por aluno e sem um papel proprio nos hospitais... So como exemplo, eu ja estive na confrangedora situaçao de ter de avaliar um doente com mais 6colegas em simultaneo... 7alunos e 1médico. E nao foi situaçao orfã.

    Como se podem aperceber, aquilo que escrevo constitui apenas uma microscopica amostra da degradaçao das condiçoes do ensino medico que o crescente numero de vagas tem vindo a criar. Medicina nao é um curso de lapis e papel. Muito menos um aviario onde se engorda pintos, amontoados.

    A verdade é que se chegou a esta situaçao devido a anos e anos de numeros clausus irrealistas e longe de serem suficientes para as necessidades do país. Isto claro, depois do boom do pos-25Abril, onde se formaram milhares de medicos em poucos anos, tendo-se achado que estes chegariam para as proximas decadas. Apos anos de um estrangulamento no ensino medico, as faculdades viram-se, nos anos 90, pressionadas por um Estado em panico, desenfreado, a abrir mais e mais vagas. Isto porque, imagine-se!, daí a uns anos não haveria médicos. Surpresa das surpresas.

    Sim, é um paradoxo alguns dos nossos estudantes irem estudar para fora se depois vamos importar os serviços de estrangeiros. Contudo, nao é uma situaçao nova - já aconteceu em Espanha e em Italia «a fome dar em fartura»; Portugal apenas está a viver essa experiência pela primeira vez. Esperemos que a primeira fase nao implique a segunda mas apenas dependera do bom senso dos governantes dos proximos anos.

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  3. Pedro Bastos, obrigado pelo comentário, fica uma visão por dentro, do que se passa.

    Há aí uma coisa, pouco referida, penso que estou certo, quando refiro que,a falta de médicos, é mais sentida no interior, na provincia.

    tenho também amigos, que referem a falta de vocação em detrimento da projecção social e do rendimento. mas isto são outras conversas. tks!

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