domingo, 26 de janeiro de 2014

[Ainda na linha do post anterior]



Bruno Schlumberger

Nunca fui muito dado a política, mas recordo de aos 10 anos, ou pouco mais, ver os debates e pensar: “Um diz que o seu lado é bom. O outro também. Porque é que não juntam o melhor do que têm e fazem algo em conjunto?” Um pensamento ingénuo. Utópico, até. Certo. Hoje, um bocadinho mais crescido (um bocadinho só), reparo que as discussões são muitas vezes fechadas, num diálogo de surdos, onde só se olha para o mal do outro e não as riquezas. Sim. Não. Norte. Sul. Direita. Esquerda. Praxe. Anti-Praxe. Bárbaros. Civilizados. E andamos nisto. Porque há medo de perder, de pensar nas coisas, ficando-se na busca do orgulho da vitória: sou melhor do que tu! Em humanidade todos partilhamos de visões distorcidas e enriquecidas da realidade. Para quem ainda não sabe: não existe perfeição! O bom dá-se quando se descobre onde colaborar a partir de pontos de vista diferentes. Há muito que já se percebeu que “olho por olho, dente por dente” leva a que todos fiquem cegos e desdentados. Não é fácil “dar a outra face”, ou reconhecer razão e beleza na outra perspectiva. Se o meu pensamento ou modo de agir leva à anulação do outro, prefiro perder, mesmo que custe. E nessa perda, além de continuar a ver que o mundo é mais vasto que as minhas ideias, crenças e lógicas, posso encontrar o caminho de liberdade... e aí reside uma grande vitória.

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