terça-feira, 28 de outubro de 2014

Criticar a crítica [sobretudo as nojentas]



Maynard Owen Williams


[Secção desabafos] Por questões de baixa auto-estima, já tive muitas dificuldades com a crítica negativa. Posso dizer: medo mesmo. Vivia a sensação de ataque, em que as palavras tornavam-se literalmente mais um murro no estômago ou chapadinhas irritantes na cabeça (como me acontecia há uns bons anos atrás). As críticas nem sempre são fáceis, no entanto, são terríveis quando feitas com o intuito de magoar, de ferir, de menosprezar totalmente o outro, em generalizações de quem dispara para todos os lados, matando tudo e todos. E quando feitas sob capa de anonimato tornam-se, a meu ver, ainda mais nojentas. Já não tenho tantas dificuldades com a crítica negativa. Custa-me, sim, quando leio, e não precisa ser comigo, ataques desumanos através da palavra anónima. Ainda ontem lia, em comentários a um texto de uma amiga, isto: “(…) deixe-se de escrever, mesmo com a ajuda dos jesuítas (dançarinos sem duas células cinzentas ou não), sobre o que não sabe.(…)” Confesso, apetece-me conhecer esta pessoa. Que mania a minha querer ver rostos e conversar, como gente adulta, sobre as coisas. Não, não precisamos concordar, mas… conhecermo-nos. Atenção, não sei se o “dançarinos sem duas células cinzentas” se referia a mim, contudo, tendo em conta o parêntesis e conhecendo a realidade portuguesa da Companhia de Jesus, parece-me que passei pelo pensamento deste senhor. Se publico isto não é para que haja “defesas” à minha pessoa e “não ligues e tal”, não tem que ver com isso. Apenas dizer, a partir desta minha outra mania utópica, que acredito que as coisas mudam quando as pessoas se conhecem à séria, de forma humana. Repito, não é preciso concordar (viva a diversidade!), mas pelo menos há rostos que falam e não meia dúzia de palavras que destilam e vomitam ódio na realidade como tanto se lê em comentários por estas redes sociais fora. Grande parte das frustrações, para não dizer todas, podem ser curadas, basta querer. :) Entretanto, antes de continuar nas leituras teológicas, vou dançar um bocadinho… ajuda-me a pensar ou, por outras palavras, a activar as células cinzentas. ;)

2 comentários:

  1. Anónimo17:32

    Espreito alguns blogues e leio algumas dessas críticas. Algumas nem são assim tão venenosas, são apenas críticas, discordâncias, ou observações duras, que pelo simples facto de o serem despoletam elas próprias uma avalanche de comentários ofensivos, que são publicados sob o beneplácito do autor do blogue. Depois do choque, pensa: como estará a vida de uma pessoa que escreve comentários assim? Só o podes imaginar, mas ainda assim dá pena. Uma pessoa que tem necessidade de se aplacar, violentando quem muito provavelmente nem conhece, sob a capa do anonimato. O que é que o comentário revela de verdade, além da situação de quem o escreveu? As coisas não mudam quando as pessoas se conhecem à séria, porque a crítica nada tem a ver com o seu objecto. O problema nestes casos é sempre o sujeito.

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    1. Por isso é que gosto do encontro de rosto e boa conversa. Por mais que se tente, apenas em palavras surgem tantos mal-entendidos quando a "argumentação" se perde em ofensa... Pois, é isso, o "sujeito".

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