sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Em 6.ª feira de Quaresma




Rodi Said/Reuters


Se é por ser lá longe que nada se faz, é de dizer que eles já estão mais que à porta da Europa, eles já estão presentes aqui, estão presentes no mundo, espalhando as imagens da sua loucura fundamentalista, provocando o medo, o ódio. Como se vê, nessa loucura, matam por matar (não, não é em nome de deus) e destroem por destruir. Não me interessa se é “lá longe”, são irmãos meus, cristãos e não-cristãos, que estão a morrer, físicamente e em dignidade, de forma bárbara. Dói-me muito saber das suas mortes, mas dói-me cada vez mais a impassibilidade do mundo. Aqui não se trata apenas de crenças religiosas ou políticas, trata-se de humanidade. E eles estão a destrui-la… ou seja, estão a destruir cada um de nós, alimentando-nos de ódio e de medo, eliminando o sentido de alteridade. Faz-se história com uma sonda a aterrar pela primeira vez num cometa. Mas também se faz por haver pessoas a serem assassinadas apenas pela sua crença ou por não pertencerem a uma ideologia cega. Continuo a rezar por todas as pessoas que estão a sofrer a barbaridade e a pedir pelos que podem tomar decisões, não se ficando na indignação diplomática.

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