domingo, 26 de abril de 2015

Ouvir vozes, ou a voz.




Seyit Konyali


Vocação: ser chamado, “ouvir a voz”. Talvez nós, padres, religiosos e religiosas, juntando outras vocações, como mãe, pai, matrimónio, profissionais e voluntários entregues por paixão, que tentamos seguir a tal “voz” sejamos uma cambada de alucinados. Pois, a andar a dizer que ouvimos algo, ao jeito de vozes ou a voz (e nada que ver com “Casas de Degredos” ;) ), que nos diz para darmos o melhor de nós, parece não dar muita credibilidade. Isto, que até vem de credo, crer, ter fé, presente nesse sim vocacional acaba por ser inexplicável. Mais do que o ouvir, há o sentir de escutar: o quem sou e o outro a quem sou chamado a ir ao encontro. É um grande desafio com muito a trabalhar, entre os sentimentos de indignidade, incapacidade, orgulho, arrogância ou presunção de achar que se salva o mundo sozinho, junto com a humildade do reconhecimento de dons e de quem quer dar passos na descoberta da autenticidade, dando o melhor de si. Aí, nessa escuta da melodia em assobio do Pastor que ama, para além das (in)capacidades, faz-se caminho de encontro.

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