segunda-feira, 25 de maio de 2015

Testemunhos




Quando dou testemunho vocacional, revejo inevitavelmente a minha história. E se pode ajudar quem o ouve, também eu sou ajudado por mim mesmo, ao recordá-la com as suas alegrias e tristezas, vendo onde fui crescendo, amadurecendo e onde ainda estou estagnado. Por perceber a riqueza do (re)contar a história, do voltar atrás, aconselho os casais a fazerem o mesmo. Sim, surge a sensação de ridículo, do “não tenho pachorra ou idade para isso”, mas o segredo de recontar a história ajuda a tomar consciência do caminho feito até hoje. Recordar as alegrias, os momentos de crise, como foram ultrapassados (ou não), os momentos de desgaste, de abandono da relação, o que mantém a chama viva (mesmo que seja muito ténue), nesse desejo de não querer separar, pode ajudar a perceber e a tomar as decisões mais acertadas para o futuro de cada um e dos dois. Hoje li o que considero um testemunho vocacional da vida de casal, a partir da celebração dos 15 anos de casados. Conheço a Sónia e o Ricardo e na sua diferença têm feito caminho de complementarem-se “na alegria e na tristeza, na saúde e na doença”. E a surpresa que a Sónia lhe preparou fez com que um e outro, de modos diferentes, fizessem uma viagem ao que já viveram. Parabéns a eles… como casal, pelos filhos e pela criatividade de vida a um, a dois e a seis. É a família Cocó na Fralda!


José Fernandes

É mais que conhecido o carinho e a amizade que tenho com a Mafalda. Hoje tive um dia intenso de boas conversas e há pouco, ao chegar a casa é que tive oportunidade de ler este artigo/entrevista. Mais uma vez, está no ponto e é de partilhar, claro. Aqui está uma tirada que dá que pensar: “[As crianças] são educadas como se todos fôssemos muito perfeitinhos. E não somos. Os pais protegem muito as crianças de lidar com pessoas como eu e isso irrita--me profundamente. Ou na família há alguém próximo com um problema semelhante ao meu, ou então a deficiência não existe até chegarem a adultos. E depois são preconceituosos. Os pais lidam muito mal quando numa escola, de repente, é colocado um miúdo portador de deficiência. Não têm paciência para as perguntas que os filhos lhes fazem sobre o assunto.” 

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