sexta-feira, 4 de março de 2016

Coisas... de oração




Miguel Quental

- P. Paulo, diz que rezar é das coisas mais fáceis, mas não consigo. Sempre que o faço, tudo me distrai, não me apetece. Acabo por parar, com desconsolo e sentindo culpa por não conseguir dar tempo a Deus. 
- Pois, rezar é mais simples do que parece, sim. Mas antes vamos lá acalmar a culpa. Sabe que Sto. Inácio fala-nos de que quando não há desejo de Deus, pode haver o desejo de desejar e isso não é de menosprezar. Pelo que me apercebo, já há a vontade e o desejo, logo já se começa o caminho. Ok, só pela vontade não vamos lá. Agora há o “como”. Como costuma fazer?
- Oh, o normal. Sento-me e digo as fórmulas que conheço, mas acabo por pensar noutras coisas.
- Hmmm, e será que essas coisas não têm mesmo de ser pensadas com calma?
- Está-me a dizer que tenho de pensar com calma, por exemplo, as coisas que tenho de fazer?
- Porque não? Se der espaço mental a essas coisas e disser para si que lhe vai dar atenção assim que possa, está a respeitar o seu pensamento. Depois, tome o seu tempo de forma adequada. Comece com 5 minutos, a agradecer, por exemplo, o tão simples e tão vital acto de respirar. Sim, acalme o coração, no tempo que tem. A oração é simples, pois, seja em 5 minutos ou numa hora ou até duas, o importante é a deixar-me entregar tal como sou. Claro, se há toda a azáfama da casa, depois de um dia de trabalho, com filhos e etc. e tal, não se pode querer rezar como um monge contemplativo. Se nesse quotidiano for entregando a Deus a vida e conseguir os 5 minutos de “café” com Ele, vai dando o espaço e o tempo possíveis. Deus sabe bem que super-homem ou super-mulher só mesmo nas bandas desenhadas e filmes. Por isso, comece com pouco, prático e possível. ;) 

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