segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Dar o melhor de si




Eric Harris

[Secção pensamentos soltos] Um dos grandes perigos da actualidade é o da comparação desmesurada, impedindo de ver a riqueza de cada pessoa. Reduz-se a existência à medida que a sociedade impõe: “Tenho de ser o/a melhor”; “O meu filho tem de ser o melhor”; “A minha filha tem de ter esta ou aquela profissão”. Se assim não for, é como se não fosse digno(a) de ser. Digo muitas vezes aos alunos (e aos pais… especialmente aos pais) para terem muito cuidado com as comparações e competições. Há pessoas para quem a nota máxima não é, conforme a etapa que está, um 5 ou 20. Há pessoas que um 57% é 100%. Estamos em tempos em que socialmente corre-se o perigo de todos terem de ser os melhores. Mas, melhores em quê? Todos temos de ser os melhores de nós próprios, conforme a capacidade de cada um. Parece que só há dignidade de ser pessoa com um título antes do nome. De que adianta isso se humanamente, no trato ao próximo, é-se execrável ou ressabiado? Efeitos das comparações de intelecto ou de corpo: entre outros, frustração e anulação de si. A força reside na alegria de se dar o melhor, de se superar dentro das suas capacidades. Pais, não façam dos vossos filhos troféus. A todos, que sejamos capazes de ter tempo para descobrir os talentos e pô-los em prática, dando cada um(a) melhor de si.

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